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Gorongosa

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Podemos dizer com orgulho: ESTÁ A CORRER MUITO BEM.

 

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Bob Poole, apresentador da série “Gorongosa: Africa’s Wild Kingdom Reborn” que está a ser exibida nos canais da Nat Geo Wild em todo o mundo

 

Nos EUA, na PBS, as audiências estão acima da média com a estreia do episódio 1 a ter mais de 1,37 milhões de telespectadores. Uma notícia ainda melhor é que o público da série cresceu ao longo dos 6 episódios e alcançou o recorde da série com 1.560.000 no Episódio 6.

Na PBS Digital (no website), os mais de 20 vídeos curtos sobre a série foram vistos 3 milhões de vezes. A PBS está muito contente com estes números - “significativamente acima da média”. Melhor ainda, os próprios episódios foram vistos mais de 80.000 vezes online.

No "Resto do Mundo", a National Geographic disse que as audiências estão "bem acima da média" na maioria dos países e em particular, em “países-chave” como o Reino Unido, a Itália e a Alemanha.

Esta foi apenas a "primeira exibição" da série. Ela irá para o ar muitas mais vezes, e quer a PBS quer a National Geographic irão provavelmente exibi-la nas suas redes globais pelo menos durante os próximos 5 anos.

Em breve será possível ver uma versão especial em Português que será transmitida nas televisões Moçambicanas que emitem em canal aberto.

 

O Parque Nacional da Gorongosa é o mais conhecido parque nacional de fauna bravia de Moçambique e situa-se no extremo sul do Grande Vale do Rift Africano. É o lar de alguns dos ecossistemas biologicamente mais ricos e geologicamente diversos do continente Africano. Os seus limites abrangem as grutas e desfiladeiros profundos do Planalto de Cheringoma, as vastas savanas do Vale do Rift e a preciosa floresta tropical húmida da Serra da Gorongosa.

  

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O Parque Nacional da Gorongosa comemora a 23 de Julho do corrente ano, 55 anos desde que foi declarado Parque Nacional.

 

Na esteira desta efeméride, e em parceria com a Universidade Pedagógica, Delegação da Beira / Fundação UP, vai ter lugar a realização de um programa comemorativo que tem em vista trazer o Parque Nacional da Gorongosa à cidade da Beira, a capital da província de Sofala.

 

O programa que se realiza entre 23 e 25 de Julho, prevê actividades de vária índole desde informativas, de sensibilização e entretenimento, com o envolvimento de diversos segmentos da sociedade, nomeadamente membros do governo, da magistratura, parlamentares, do sector privado, estudantes das escolas primárias, secundárias e das Universidades baseadas na cidade da Beira.

 

O evento terá lugar das 9h às 16h30 de 23 a 25 de Julho de 2015 no Centro Universitário de Cultura e Artes na Cidade da Beira.

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Em 2005 um turista chegou pela primeira vez à Gorongosa. O Fiscal do Parque, no portão de entrada, sugeriu que voltasse para trás porque não havia muito para ver. Ele no entanto persistiu e conduziu durante cerda de seis horas através do Parque da Gorongosa e viu apenas um macaco-cão, um facocero e uma imbabala. Nove anos depois, esse mesmo turista visitou de novo a Gorongosa e teve uma experiência extraordinariamente mais satisfatória – a nossa última contagem aérea de fauna bravia permite perceber porquê.

 

Screen Shot 2014-12-12 at 16.02.36.png Leoa e inhacosos no tando (planície aluvial) da Gorongosa (Foto de Michael dos Santos)


Entre 25 de Outubro e 4 de Novembro, o Director dos Serviços Científicos da Gorongosa, Marc Stalmans, dirigiu uma contagem aérea alargada das zonas sul e central do Parque Nacional da Gorongosa. Estas áreas representam cerca de 50% do Parque mas são consideradas o melhor habitat e possuem a maior densidade de fauna bravia. Os resultados da contagem revelam um extraordinário renascimento das populações de muitas espécies animais. (A maior parte da fauna bravia foi dizimada durante os 16 anos da Guerra de Desestabilização em Moçambique, de 1977 a 1992.) Foram contados 71,086 herbívoros de 19 espécies. Os resultados representam uma grande história de sucesso da conservação em África, e o um marco histórico do Projecto de Restauração da Gorongosa – uma parceria público-privada entre o Governo de Moçambique e a Fundação Carr, uma organização dos EUA sem fins lucrativos.

 

O Dr. Stalmans está entusiasmado com os resultados: “A contagem confirma que as populações de fauna bravia estão a recuperar rapidamente no Parque. Houve um aumento marcante desde 2007 da densidade de espécies como inhacosos, impalas e cudos. Os inhacosos recuperaram para o que é provavelmente a maior população de qualquer área protegida em África.” De acordo com o Dr. Stalmans, os resultados também são um bom indicador para o crescimento contínuo destas populações no futuro. "Os resultados da contagem indicam que todas as grandes espécies de herbívoros, com excepção da subespécie crawshayi de zebra, agora ocorrem em números que são suficientes para a sua recuperação contínua e viabilidade."

 

No entanto, nem todas as espécies estão a fazer tão bem como se esperava. Os números de bois-cavalos (ou gnus) está abaixo das expectativas. Os leões, seus predadores naturais, poderão ser uma razão para isso. Também os caçadores furtivos, que são conhecidos pela sua apetência pelas caudas dos bois-cavalos. Um ou ambos os factores poderão explicar os números inferiores ao que se esperava desta espécie. O Dr. Stalmans testemunhou os efeitos da caça furtiva em primeira mão durante a pesquisa - dois caçadores foram apanhados em flagrante com duas gondongas mortas pouco tempo antes. Stalmans também observou a exploração comercial agrícola e de abate de árvores em algumas áreas de fronteira com o Parque. O Dr. Stalmans adverte: "Apesar do crescimento muito encorajador dos números da fauna bravia, é claro que as actividades ilegais continuam a ser uma ameaça séria. Os esforços de aplicação da lei precisam de ser sustentados e mesmo aumentados em muitas parte do Parque."

 

Apesar da evidência dos actuais desafios para proteger a Gorongosa, esta contagem deu a todos na equipa da Gorongosa um enorme impulso moral, particularmente ao Departamento de Conservação, liderado por Pedro Muagura. São os cerca de 130 Fiscais liderados por Muagura que patrulham o Parque no dia-a-dia, protegendo os animais da caça furtiva. Pedro Muagura disse-nos: "Eu costumava vir à Gorongosa, no final da década de 90 com os meus alunos do Instituto Agrícola de Chimoio e era muito deprimente, pois podíamos ver um belo Parque, com uma bela flora e abundância de água doce, mas não havia animais. Precisávamos ficar mais de um mês para ver um único inhacoso ou mesmo algum excremento de elefante e os alunos não podiam fazer qualquer identificação de animais ... Mesmo o macaco-cão era difícil de detectar. Agora tudo mudou e basta apenas percorrer a picada do portão de entrada até Chitengo, mesmo antes de fazer um verdadeiro safari de jipe, para ver centenas de macacos e, pelo menos, várias espécies de antílopes. "


Screen Shot 2014-12-12 at 16.02.59.png Uma matriarca lidera uma manada de elefantes no tando (planície aluvial) da Gorongosa (Foto de Jeff Trollip)

 

Estes resultados irão apoiar as futuras tomadas de decisão de gestão no Parque, e permitir aos cientistas prever como o ecossistema se irá recuperar. A restauração da Gorongosa oferece à ciência uma oportunidade única: observar o que acontece com um milhão de acres (400.000 ha) de natureza quando a maioria dos animais de grande porte são removidos. As lições aprendidas poderão formar a base para projectos de restauração noutras partes do mundo. Como Stalmans observa: "A recuperação da fauna bravia ocorre em proporções que são muito diferentes daquelas documentadas em tempos históricos. O sistema mudou de ser dominado por búfalos para um sistema dominado por inhacosos. Há oportunidades interessantes de investigação que precisam ser retomadas, a fim de ajudar ao desenvolvimento de uma melhor compreensão da dinâmica do sistema, o que irá apoiar a gestão e a tomada de decisões.”

Mais zebras na Gorongosa!

Parque Nacional da Gorongosa 18 Jul 14

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Mais 8 zebras chegaram ao Parque Nacional da Gorongosa. Aqui dois magníficos machos! Foto - Rui Branco

O Professor Edward O. Wilson, aclamado pela National Geographic Society como "o maior naturalista de nosso tempo", emprestou o seu nome e a sua visão a um estabelecimento de alto nível concebido para investigação em biodiversidade em Moçambique. O conceituado biólogo evolucionista foi um dos convidados de honra na cerimónia de abertura do "Laboratório de Biodiversidade Edward O. Wilson” no Parque Nacional da Gorongosa, em Moçambique, na quinta-feira 27 de Março de 2014. O Laboratório é o primeiro de género a abrir em Moçambique.

 

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Em pé, da esq. para a dir: Beca Jofrisse (Comité de Supervisão do PNG), Greg Carr (Comité de Supervisão do PNG), Douglas Griffiths (Embaixador dos EUA em Moçambique), Edward O. Wilson (Cientista de Harvard, EUA), Abdala Mussa (Director Geral da ANAC), Anibal Nhampossa (Director Provincial do Turismo de Sofala) e Paulo Majacunene (Administrador do Distrito da Gorongosa); na primeira fila, Mateus Mutemba (Administrador do PNG) 

 

O Director Geral da ANAC (Administração Nacional para as Áreas de Conservação), Abdala Mussa convidou o Professor Wilson para juntos descerrarem a capulana (este símbolo da cultura Moçambicana) que cobria a placa inaugural do Centro. A cerimónia contou também com a participação dentre outros, do Director Provincial do Turismo de Sofala, Anibal Nhampossa; do Administrador do Distrito da Gorongosa, Paulo Majacunene; do Embaixador dos EUA em Moçambique, Douglas Griffiths; do Chefe de Missão da USAID em Moçambique, Alexander Dickie. Entre os convidados ao evento pontificaram também representantes de instituições nacionais e internacionais de ensino e pesquisa, líderes comunitários e trabalhadores do Parque. A abertura do centro começou com a realização de uma cerimónia de evocação dos antepassados, conduzida por membros da família Chitengo. O Professor Wilson dirigiu-se aos presentes relembrando a importância da conservação da biodiversidade e do papel crucial que esta desempenha na melhoria do desenvolvimento humano.

 

"A consciência ambiental tem crescido exponencialmente durante as últimas décadas. No entanto, o enfoque tem sido cada vez colocado na parte não-viva do mundo, por outras palavras, nas mudanças climáticas, na poluição e no esgotar dos recursos insubstituíveis. Ao mesmo tempo, a atenção tem sido desviada da parte viva da Terra, chamada biosfera. A biosfera ainda tem muita biomassa, mas a maior parte dela está nas fazendas e plantações de árvores que sustentam a espécie humana. O que está em declínio é a biodiversidade, as variações dos organismos vivos ", disse o professor Wilson.

 

Fruto duma parceria entre o Governo de Moçambique e a Fundação Carr dos EUA, o Parque Nacional da Gorongosa está em reabilitação há cerca de seis anos depois da destruição que sofreu como resultado do conflito armado de dezasseis anos que assolou Moçambique. A restauração em curso coloca hoje o Parque da Gorongosa no bom caminho para recuperar o seu estatuto de ícone. Desde o início do projecto, foram reabilitadas as suas infra-estruturas de gestão e turismo, e o número de animais de grande porte tem estado a aumentar, tendo algumas espécies registado uma recuperação em 40%.

 

O Professor Wilson, biólogo norte-americano Professor Emérito da Universidade de Harvard, visitou o Parque da Gorongosa três vezes para realizar pesquisa e colaborar na estratégia da equipa de gestão do Parque para a restauração e gestão do mesmo. "O Professor Wilson é, desde há muito tempo, a força que lidera a conservação da biodiversidade, provando através de seu trabalho que a vida humana não só enriquece com as outras espécies que partilham o planeta connosco, mas também que a nossa própria existência depende da sobrevivência e preservação desses organismos. O laboratório que abrimos hoje irá ajudar a passar esta mensagem ao explorar e proteger a biodiversidade da Gorongosa ", disse Piotr Naskrecki, Director Associado do Laboratório.

 


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   Troca de cumprimentos entre Edward O. Wilson (Cientista de Harvard, EUA) e Abdala Mussa (Director Geral da ANAC)

 

"Decidimos criar este laboratório porque reconhecemos que as acções de gestão que iremos tomar para restaurar e preservar a biodiversidade do Parque Nacional da Gorongosa devem ter por base um conhecimento científico sólido. Regozijamo-nos com o facto de que neste centro de pesquisa cientistas moçambicanos e cientistas internacionais irão trabalhar lado a lado, aprendendo uns com os outros", disse Mateus Mutemba, Administrador do Parque da Gorongosa.

 

O Laboratório irá coordenar uma ampla gama de projectos de pesquisa exploratória e projectos de restauração que vão desde o acompanhamento dos bandos de leões e manadas de elefantes, à medição da eficácia do esforço de reflorestação na Serra da Gorongosa. O Laboratório irá fornecer aos investigadores visitantes e residentes, bem como aos estudantes, ferramentas para processar, identificar e armazenar amostras biológicas, incluindo o armazenamento a longo prazo de tecidos e DNA; instalações para amplificação e extracção de DNA estarão também disponíveis no local. Um componente importante do laboratório é a colecção sinóptica de espécies animais e vegetais presentes no Parque da Gorongosa, desenvolvidas em colaboração com Museu Nacional de História Natural de Moçambique em Maputo. O Museu alojará na sua colecção nacional, a réplica de todos os espécimes que forem identificados no Parque da Gorongosa.

 

Um dos papéis mais importantes do Laboratório é providenciar formação à próxima geração de cientistas moçambicanos no Parque e também enviá-los para universidades de modo a tirarem diplomas avançados. "Esperamos poder ajudar a lançar as carreiras de uma geração de cientistas moçambicanos no laboratório de Biodiversidade E O Wilson", afirmou Mateus Mutemba. Alguns jovens (provenientes das comunidades vizinhas do Parque ou das escolas técnicas da região centro), que recebem assistência financeira total ou parcial do Laboratório, já começaram a estudar em universidades e escolas de nível médio para futuras carreiras como veterinários, ecologistas e técnicos de laboratório.

 

O Laboratório atraiu a atenção nacional, regional e internacional. Cientistas de diversas instituições começaram a trabalhar no Parque: as Universidades Eduardo Mondlane e Universidade do Lúrio em Moçambique, a Universidade de Coimbra, em Portugal, e as universidades de Harvard e Princeton, nos EUA. Há também diálogo em curso entre o Parque e a Universidade Pedagógica, O Instituto Superior Politécnico de Manica, o Instituto Agrário de Chimoio, entre outras instituições, visando materializar ou sistematizar a colaboração no âmbito científico.

 

Em Junho de 2013, uma equipe de quinze especialistas moçambicanos e internacionais de renome completou o seu primeiro grande projecto, uma pesquisa abrangente sobre os animais e as plantas do Planalto de Cheringoma, no lado leste do Parque. A pesquisa registou mais de 1.200 espécies, incluindo várias espécies desconhecidas da ciência. Os cientistas irão em breve iniciar uma pesquisa similar na região praticamente inexplorada de Dingue-Dingue, focalizando, em particular, as zonas húmidas e os ecossistemas aquáticos.

 

"Os Parques Nacionais como a Gorongosa desempenham um papel importante na preservação da biodiversidade do mundo. Indo para a frente, a investigação deste laboratório irá ajudar a disseminar conhecimento acerca de como salvar a vida em todo o lado ", disse o Professor Wilson.

 

Um novo livro intitulado “Uma Janela para a Eternidade: A Caminhada de um Biólogo pelo Parque Nacional da Gorongosa”, será lançado em Abril pelo professor Wilson, autor galardoado duas vezes com o Prémio Pulitzer. Durante a cerimónia de lançamento alguns exemplares daquela obra foram oferecidos a participantes.

 

Acerca do Projecto de Restauração da Gorongosa

O Parque Nacional da Gorongosa é a área protegida emblemática de Moçambique, localizada no extremo sul do Grande Vale do Rift da África Oriental. O ecossistema foi profundamente afectado durante os anos do conflito armado de 1977-1992 e nos anos de pós-guerra que se seguiram. Em 2004, o Governo de Moçambique convidou a Fundação Carr, uma organização americana sem fins lucrativos, para se juntar ao esforço de co-gestão visando a reabilitação do parque, no período de 20 anos, dando assim corpo ao "Gorongosa Restoration Project" (GRP ou Projecto de Restauração da Gorongosa). O acordo promove objectivos integrados de protecção da biodiversidade e a melhoria do desenvolvimento humano das comunidades locais. Até agora, o GRP revitalizou o trabalho anti-caça furtiva; reconstruiu as infra-estruturas do Parque; conduziu o monitoramento biológico; reintroduziu herbívoros em massa: zebras, gnus, búfalos, elefantes, hipopótamos; apoiou em infra-estruturas (escola, centros de saúde, residências para professores e enfermeiros); e construiu um centro de educação comunitária no interior do Parque. O GRP apoia agentes polivalentes elementares e parteiras tradicionais e promove clínicas móveis em colaboração com o Serviço Distrital de Saúde, Mulher e Acção Social de Gorongosa. Em 2010, o Governo de Moçambique expandiu os limites do Parque para incluir a Serra da Gorongosa e definiu uma zona tampão de 3.300 km ² ao redor do Parque. O GRP está a trabalhar com as autoridades Distritais e Provinciais para desenvolver um programa de agricultura para as comunidades bem como criar, na zona tampão do Parque, áreas de conservação tituladas e geridas pela comunidade. O Projecto de Restauração da Gorongosa é beneficiário do apoio do Governo dos EUA através da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional. Conta também com a parceria das Nações Unidas, através do Fundo Global para o Meio Ambiente nas actividades em curso na Serra da Gorongosa.

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