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Acompanhe as actividades do Parque Nacional da Gorongosa e deixe o seu comentário!
Parque Nacional da Gorongosa 8 Mar 13
Hoje é o Dia Internacional da Mulher! Apresentamos-lhe o perfil de Pelagia Pita porque ela enfrentou os desafios que lhe foram aparecendo na sua vida e construiu uma carreira de sucesso na Gorongosa, para poder sustentar a sua família.
Ela inspira-nos e pensamos que a sua história é motivo de inspiração para quem a ler.
Conheça AQUI a história da Pelagia
Parque Nacional da Gorongosa 31 Dez 10
O Parque Nacional da Gorongosa - um tesouro mundial de biodiversidade - celebrou o seu Quinquagésimo Aniversário em 2010. A Gorongosa em 1960 passou oficialmente a ser designada por Parque Nacional; anteriormente era uma Reserva de Caça, onde, por decreto, desde 1935 a caça não era permitida.
O Parque da Gorongosa, tal como outras reservas naturais em todo o mundo, pode vir a desempenhar um papel preponderante no que respeita à protecção das espécies e respectivos habitats.
Se geridos de forma correcta, os parques nacionais protegem a biodiversidade e portanto contribuem para diminuir o número de espécies terrestres que se irão extinguir neste século.
A gestão do Parque da Gorongosa adoptou uma nova filosofia sobre a finalidade dos parques nacionais -- diferente portanto da filosofia de gestão para áreas protegidas, vigente há algumas décadas atrás.
Agora, reconhecemos que um parque nacional deve ajudar os seres humanos que residem nas suas redondezas e não apenas preservar a natureza.
A parceria público-privada de 20 anos para a co-gestão da restauração da Gorongosa disponibiliza-nos um mandato de forma a prosseguir os dois objectivos relativos ao desenvolvimento humano e à protecção da biodiversidade.
Ministro do Turismo inaugura o Centro de Educação Comunitária, observado pelo Embaixador dos EUA em Maputo e por Greg Carr e outros membros da equipa de gestão do Parque da Gorongosa
Esta abordagem holística à restauração do ecossistema da Gorongosa, em que o bem-estar dos seres humanos é parte integrante do projecto de restauração, pressupõe a interligação entre os seres humanos e a natureza.
Os seres humanos precisam da natureza: os ecossistemas dão-nos ar puro, água, solo fértil, abrigo, nutrição, inúmeros recursos naturais e recompensas estéticas e espirituais.
Os seres humanos são também eles próprios uma componente da natureza.
A actividade humana afecta a natureza de forma positiva e também negativa.
A conservação é a maneira que temos de reduzir os impactos negativos resultantes da vivência e interacção dos seres humanos com o meio ambiente.
Centro de Educação Comunitária: vista exterior do edifício do restaurante
Para fomentar o apoio político à conservação, as necessidades dos seres humanos têm de ser atendidas à medida que pedimos à sociedade para preservar e proteger os "pontos quentes" de biodiversidade.
Em 2010 inaugurámos o Centro de Educação Comunitária da Gorongosa.
Este Centro é o lugar onde convergem os esforços multi-disciplinares do Projecto de Restauração da Gorongosa.
Este Centro servirá como lugar de encontro para os diferentes parceiros sociais poderem discutir e debater os sérios aspectos humanos e ambientais com que o ecossistema da Gorongosa hoje se confronta.
Profissionais nas áreas da ecologia, silvicultura, fauna bravia, agronomia, saúde, planeamento, economia, ciências sociais, ecoturismo e outras estão a colaborar no planeamento e execução do Projecto de Restauração da Gorongosa.
Obviamente apoiam-se nos conhecimentos e nos líderes locais de forma a que este ecossistema interligado possa apoiar a diversidade de vidas que dele depende.
Centro de Educação Comunitária: aspecto da sala de refeições do restaurante
Agora que chegámos ao fim de 2010, o Parque Nacional da Gorongosa está prestes a tornar-se de novo num dos primeiros destinos de ecoturismo em África, tal como acontecia nos anos 60 e 70, quando estrelas de cinema, astronautas e outras celebridades visitavam a Gorongosa.
Conhecidos operadores de safaris, cadeias hoteleiras e operadores turísticos de todo o mundo entregaram as suas propostas para algumas das áreas seleccionadas no Parque, que foram destinadas ao desenvolvimento turístico sustentável pelo Governo de Moçambique.
Cada área de desenvolvimento turístico - a maior das quais com um pouco mais de 47.000 hectares - irá albergar vários acampamentos de tendas de luxo, acampamentos de tendas volantes e nalguns casos cabanas de luxo.
Os novos acampamentos serão construídos de acordo com as estritas políticas ecológicas do Parque e serão, sem dúvida, das mais "verdes" estruturas turísticas de África.
A maioria dos acampamentos será construída perto de (mas não em) zonas húmidas, áreas cársicas, terrenos de reprodução e áreas onde o zoneamento do Parque permitir safaris de jipe, passeios a pé acompanhados de guia e outras actividades para turistas.
Algumas áreas de desenvolvimento turístico incluem "zonas de natureza selvagem", onde serão efectuadas excursões de forma restrita ou exclusivamente limitadas a caminhadas a pé.
Todas estas novas iniciativas turísticas irão criar empregos nas comunidades locais.
O Ministério do Turismo de Moçambique e o Projecto de Restauração da Gorongosa estão a seleccionar os projectos que melhor se enquadrem nos elevados padrões ecológicos do Parque, assegurando "que o ecossistema seja preservado e que seja criada uma indústria turística sustentável."
Estamos seguros que os próximos anos vão ser ainda mais apaixonantes e estão todos desde já convidados a visitarem Moçambique e a Gorongosa, para poderem testemunhar a restauração de um destino turístico de características únicas e que é simultaneamente um dos mais belos e espantosos parques de fauna bravia de todo o mundo.
Parque Nacional da Gorongosa 15 Ago 10
Este é o primeiro de uma série de textos publicados no "The Huffington Post" pelo biólogo Rob Pringle (Universidade de Harvard) sobre o Parque Nacional da Gorongosa e relacionados com o Projecto de Restauração da Gorongosa.
Deste o seu ponto mais setentrional no Médio Oriente, o Grande Vale do Rift estende-se por cerca de 4.000 milhas para sul para terminar em Moçambique, a república em forma de "Y" situada no litoral oriental da África austral. Se tivéssemos de viajar essas 4.000 milhas, a última etapa dessa viagem seria o Lago Urema, uma depressão com pouca profundidade, repleta de crocodilos, cegonhas e, quando as águas da inundação regridem da planície aluvial durante a época seca, vastas manadas de herbívoros.
O Lago Urema é a peça central deste ecossistema, que desde 1960 é oficialmente conhecido como Parque Nacional da Gorongosa. A vida na Gorongosa tem os seus altos e baixos em função do Urema, o qual por sua vez é parcialmente alimentado pelas águas que escorrem da vizinha Serra da Gorongosa. Esta manhã, enquanto eu me passeava pelas suas margens, os animais faziam o seu habitual espectáculo. Pequenas aves pernaltas, altamente hiper-activas, deambulavam nas suas "andas", debicando freneticamente a lama. Um pica-peixe pairava sobre a superfície antes de encolher as suas asas e mergulhar nas águas, para depois voltar a subir e pairar de novo. Uma águia-pesqueira elevava-se a grande altura, pregando um enorme susto às aves mais pequenas que voavam a uma altitude inferior. À distância, um gato serval com malhas "à leopardo" aparecia em cena, vindo de uma sombra, enquanto um hipopótamo quase imperceptível, roncava e grunhia.
Mas toda esta exuberância caótica -- magnificamente bela de ver, cheirar e escutar -- parece querer fazer esquecer as cicatrizes da história, bem como as incertezas sobre o futuro do Lago Urema e do ecossistema que dele depende.
Alguns países sofreram uma dose maior do deveriam de situações penosas, e Moçambique é um deles. Aparentemente, a sua história parece- se com a de muitos outros países da África subsariana: colonização e subdesenvolvimento por Europeus, uma luta violenta para alcançar a independência, e depois uma horrível guerra civil. Durante esta guerra (1977-1992), Gorongosa foi um território muito disputado. Para além de ser o coração geográfico do país, situava-se a uma distância demasiado estratégica das estradas e caminho-de-ferro que ligavam o então esperançoso Zimbabwe com o porto Moçambicano da Beira. O domínio (não seria correcto chamar-lhe 'controlo') da região da Gorongosa foi oscilando entre os rebeldes da RENAMO e as forças governamentais da FRELIMO.
Foi, segundo as palavras do jornalista William Finnegan, uma guerra complicada, e faltam-nos termos adequados para descrever os seus horrores. As estatísticas certamente não lhe fazem a justiça devida: um milhão de de pessoas mortas, vários milhões de desalojados, mutilados e enlutados. Este tipo de números entorpecem-nos e enganam- nos. Instintivamente comparamo-los com os números do Holocausto, do Ruanda, do Sudão, Angola, Libéria, Uganda, Congo, Serra Leoa. Mas não existe este tipo de escala de percepção relativa para o sofrimento humano.
Quando as pessoas sofreram de forma tão atroz, pode parecer insensibilidade, e quase grotesco, debruçarmo-nos sobre a péssima situação da fauna bravia. Mas com os animais, pelo menos, os números dão-nos uma noção mais real do que realmente aconteceu. Na Gorongosa, o que tinham sido populações de herbívoros de aproximadamente 4.000, 6.000 e 13.000 cabeças decresceram para cinquenta, vinte e dez indivíduos. Os mais atingidos foram os grandes comedores de capim como as zebras, os bois-cavalos e os búfalos. A população de elefantes foi dizimada -- é vinte vezes menor. Os leões salvaram-se por uma unha negra; actualmente cerca de 50 vagueiam pelo Parque, mas quando acabou o morticínio apenas foram contados seis. Os mabecos ("wild dogs"), chitas e hienas não sobreviveram, nem os rinocerontes (infelizmente já estamos habituados a que os rinocerontes não o consigam fazer). Talvez algum dia eles voltem, mas provavelmente terão de vir de camião. Será que os leopardos sobreviveram ? Ninguém tem a certeza. Os leopardos são muito astutos e recentemente alguém viu o que pensa ser a cauda de um a desaparecer no meio do mato, mas é difícil ter a certeza.
Poderíamos -- e é o que normalmente as pessoas fazem -- deitar as culpas desta carnificina a um determinado número de actores: os colonos Portugueses, que bloquearam o acesso a formas de vida tradicionais quando desalojaram as pessoas do parque nacional; os Sul- Africanos que através de operações de caça furtiva obtiveram marfim cuja receita serviu para fomentar o conflito em Moçambique; os soldados de ambas as partes que mataram animais para obter carne (e, provavelmente, para afastar os seus medos e fúrias); os caçadores "industriais" que invadiram e devastaram o parque depois da guerra; e também os camponeses que provocam queimadas e colocam armadilhas num dos países mais carenciados do mundo.
No entanto, mais importante do que perceber as origens históricas deste tipo de situações trágicas, parece-nos ser fazer qualquer coisa para as remediar. E um grupo de pessoas dedicadas está de facto a a fazer alguma coisa pela Gorongosa -- na realidade, bastantes coisas. O Projecto de Restauração da Gorongosa (PRG) tem as suas raízes no desejo de Moçambique de reabilitar este lugar multi-dimensional: retocar e salvaguardar a sua beleza natural, fomentar um sentimento de orgulho e posse entre as pessoas que vivem dentro e à volta dele, e pôr em marcha um motor de desenvolvimento regional e nacional. O PRG é tão multi-facetado como o lugar que procura reabilitar. É dirigido por centenas de Moçambicanos com diversos tipos de formação, e por um carismático filantropo Americano, oriundo do Estado de Idaho. Mas também há lugares de destaque para geólogos, biólogos, veterinários e antropólogos; para as crianças da aldeia do outro lado do rio e para turistas vindos por exemplo de São Francisco nos EUA; para estudantes de medicina do Hospital do Monte Sinai (Nova Iorque) e para três estudantes dos Serviços Florestais dos EUA; para grandes organizações como USAID e IPAD (Cooperação Portuguesa), e para pessoas com bom sentido de oportunidade de negócio.
A ambiciosa missão do PRG é de "proteger e restaurar a estrutura natural, funções e processos do Parque Nacional de Gorongosa e melhorar a saúde, a educação e os padrões de vida das comunidades humanas que vivem nas proximidades do Parque." Poucas coisas poderiam ser mais difíceis, mas também poucas coisas poderiam ser mais importantes. Nos próximos textos, debruçar-me-ei sobre o que este inspirador projecto já conseguiu realizar, bem como sobre sobre os desafios críticos que irá encontrar à medida que for evoluindo.
Tradução do Departamento de Comunicação do PNG - Ver artigo original aqui: www.gorongosa.net/en/news-event/090810_Rob_Pringle_Blog/where-the-rift-valley-ends
Parque Nacional da Gorongosa 7 Fev 09
De 2004 ao Presente
Em 2004, o Governo de Moçambique e a Carr Foundation, com sede nos EUA, acordaram unir esforços no sentido de reconstruir a infraestrutura do Parque, restaurar a sua fauna e flora bravias e estimular o desenvolvimento económico, dando assim início a um novo e importante capítulo da história do Parque.
Entre 2004 e 2007, a Carr Foundation investiu mais de dez milhões de dólares neste esforço. Durante este período, a equipa do projecto de restauro do Parque criou um Santuário de Fauna Bravia de 6.000 hectares e reintroduziu búfalos e bois-cavalos no ecossistema. Também foi nesta altura que se começou o restauro do Campo de Chitengo.
Dado o sucesso deste projecto inicial de três anos, o Governo de Moçambique e a Carr Foundation anunciaram em 2008 a assinatura de um acordo para restaurar e co-gerir o Parque nos próximos 20 anos.
A equipa dedicada de cientistas, engenheiros, gestores de negócio, peritos em economia e programadores de turismo que agora trabalha no restauro do Parque Nacional da Gorongosa está confiante de que com trabalho árduo, com o denvolvimento da população local e com o rendimento do ecoturismo, esta zona espectacular irá reencontrar a glória que teve em tempos.
Tenho 60 anos, com 6 anos visitei este Parque, hoj...
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