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Gorongosa

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Desde o dia 11 de Julho o Simpósio “2015 Lost Mountain Next Gen” juntou um grupo internacional de estudantes universitários, cientistas, líderes da conservação e profissionais de aventura no Parque Nacional da Gorongosa, em Moçambique. O simpósio de 12 dias está a provocar um debate sobre a conservação disruptiva – um novo modelo para construir conservação liderada pela comunidade em alguns dos lugares mais remotos e biologicamente mais diversos do mundo.

 

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Foto de família no Parque Nacional da Gorongosa

 

“O Simpósio “2015 Lost Mountain Next Gen“ tem a ver com trazer os futuros líderes para o debate aqui e agora,” explica Majka Burhardt, Directora da Iniciativa “Lost Mountain”. "E assim, estamos a fazer uma abordagem multidisciplinar a um dos desafios fundamentais que o mundo de hoje enfrenta: poderão as comunidades e os ecossistemas colaborar de forma efectiva de modo a que ambos prosperem?"

 

O consórcio “Lost Mountain” é dirigido pela organização Americana “Additive Adventure” e pela organização Moçambicana LUPA. A “Lost Mountain” começou em Maio de 2014 quando Burhardt, uma escaladora profissional e empresária social, conjuntamente com a sua colega escaladora profissional Kate Rutherford, lideraram uma equipa de biólogos, conservacionistas, e cinematógrafos na exploração do Monte Namuli, em Moçambique. A expedição, durante um mês, levou a cabo trabalho de campo cientifico e de conservação, usando escalada de rocha para aceder a habitats anteriormente não explorados.

 

Para além de estabelecer o primeiro percurso de escalada técnica de rocha no Monte Namuli, a equipa descobriu uma nova espécie de serpente, 40 géneros de formiga e 27 espécimes de herpetologia dos quais algumas dezenas ainda têm de ser identificados.

 

A “Lost Mountain” decidiu fazer o seu Simpósio 2015 no Parque Nacional da Gorongosa para melhor desenvolver as conexões regionais entre as iniciativas de conservação actuais e emergentes em Moçambique. A missão da “Lost Mountain” é de catalisar um futuro de cooperação para o Monte Namuli onde pessoas e ecossistemas possam prosperar juntos. Um princípio fundamental do trabalho inclui soluções de código aberto para assuntos complexos através de oportunidades como o Simpósio “Next Gen”.

 

O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento coloca Moçambique como o terceiro país mais pobre do mundo e a maioria das notícias aponta para a emergência do país após uma guerra civil tumultuosa que acabou em 1992. “Mas Moçambique também tem 14 grandes regiões ecológicas, montanhas impressionantes, e inúmeras espécies endémicas,” diz Burhardt. “Através da “Lost Mountain” estamos a partilhar uma narrativa diferente sobre esta terra tão diversa e as suas gentes.”

 

Durante o Simpósio de 12 dias que está a ter lugar no Centro de Educação Comunitária da Gorongosa, 11 estudantes Moçambicanos, 4 estudantes de outras partes de África, vários membros dos Departamentos de Relações Comunitárias e de Serviços Científicos do PNG estão juntos com um grupo dos Estados Unidos e estão a aprender princípios de planeamento e gestão de conservação, modelos de desenvolvimento de liderança, técnicas “Leave No Trace” e exames sobre os desafios contemporâneos com que se deparam a conservação e o desenvolvimento.

 

O Simpósio oferece a possibilidade aos participantes de explorar de forma multidisciplinar a conservação, a ciência, e a gestão planeada de recursos naturais em conjunto com a aprendizagem de habilidades práticas para trabalhar nestes ambientes e assim estabelecer conexões importantes com os actuais e futuros líderes.

 

“Chegou a altura de olhar para o futuro e criar harmonia com a natureza,” disse Aurélio Pais, um estudante da Universidade Eduardo Mondlane. “A conservação de florestas e ecossistemas como a Gorongosa e o Monte Namuli é uma forma de salvar as nossas vidas, preservar a nossa terra, e permitir às gerações vindouras que prosperem em Moçambique.”

 

Aurelio.jpgAurélio Pais

 

"Ao juntar personagens chave convencionais e não convencionais, estamos a ser capazes de criar soluções ágeis, eficazes e inovadoras para a conservação e o desenvolvimento," diz Burhardt. “Estamos a usar o Simpósio para tomar decisões e planos de acção em tempo real para os nossos próximos passos no Monte Namuli—e isso é conservação disruptiva."

 

Os estudantes Moçambicanos provêm de algumas das melhores universidades do país, a saber: Universidade Lúrio - Pemba, Instituto Politécnico Superior de Manica, Universidade Eduardo Mondlane, e Universidade Zambeze - Mocuba. No seu conjunto elas formam uma parte valiosa do Simpósio “Lost Mountain” porque ajudam a diversificar o processo de planeamento em grupo, tendo o programa reconhecido a energia, inovação e criatividade que advém de juntar jovens estudantes e novas perspectivas à equipa.

 

“Enquanto aguardava pelo primeiro momento desta aventura, o meu espírito estava cativado por um entusiasmo ainda maior... em investir tempo na busca de novas perspectivas,” diz o estudante da “Next Gen”, Gerson Tembissa, um estudante de Mestrado da Universidade Eduardo Mondlane de Maputo, Moçambique. “Para mim, explorar e conservar a natureza é como movimentar uma peça de xadrez: a vitória depende da forma de pensar.”

 

Os estudantes de Moçambique como o Gerson e o Aurélio constituem o núcleo do grupo do Simpósio “Lost Mountain” – eles representam o futuro brilhante que antecipamos para a conservação no seu país. O Simpósio também oferece oportunidades importantes de estabelecer relações com a comunidade de conservação e de parques—um empregador chave em Moçambique. De facto o Parque Nacional da Gorongosa é um dos maiores empregadores da Província de Sofala.

 

“Para mim, o Simpósio “2015 Lost Mountain Next Gen” é uma grande oportunidade para criar notoriedade para a conservação da biodiversidade em Moçambique,” disse Aurélio. “Eu espero aprender muito e poder partilhar o conhecimento adquirido com os meus irmãos e irmãs Moçambicanos.”

 

"Neste momento do processo, é imperioso trazer os futuros líderes para o debate sobre a conservação e deixá-los tomar parte da acção," diz Burhardt. "E o que é ainda mais importante? Que isso aconteça neste momento."

 

ACERCA DA “LOST MOUNTAIN”

A Iniciativa “Lost Mountain” é um empreendimento internacional para garantir um futuro onde pessoas e ecossistemas prosperem juntos no Monte Namuli, em Moçambique. A Iniciativa começou com uma expedição de campo em 2014 que combinou escalada de rocha, investigação científica das vertentes da montanha, planeamento integrado de conservação, e media. O Monte Namuli, um monólito de granito com 2.419 m, é o maior de um grupo de montes isolados que sobressaem nos antigos vales do norte de Moçambique. É um dos habitats mundiais menos conhecido e mais ameaçado. Aqui, plantas e animais evoluíram como se estivessem numa ilha oceânica isolada, de tal forma que montanhas individuais tornaram-se num refúgio para espécies únicas de vida, muitas das quais têm ainda de ser descobertas ou descritas pela ciência. Biólogos e conservacionistas de várias partes do mundo identificaram o Monte Namuli como um ponto quente: um lugar de biodiversidade crítica e uma oportunidade para modelar uma nova visão para a preservação da fauna bravia que integra as vontades e necessidades das gentes locais.

 

O Consórcio “Lost Mountain” é dirigido pela organização Americana “Additive Adventure” e pela organização Moçambicana LUPA.

 

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