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Gorongosa

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O Apogeu

Parque Nacional da Gorongosa 9 Fev 09

1960-1980

 

Em 1960, após reconhecer que a reserva necessitava de mais protecção ecológica formal e mais instalações para a actividade turística crescente, o governo português declarou a reserva e mais 2.100 metros quadrados de terra (um total de 5.300 metros quadrados), um Parque Nacional.

 

O novo Parque deu passos significativos de melhorias, arrancaram construções de estradas e outras infra-estruturas. Entre os anos de 1963 e 1965, as instalações de Chitengo foram alargadas para acomodar pelo menos 100 turistas. Nos finais dos anos 60, Chitengo já tinha duas (2) piscinas, um bar e um clube nocturno, um restaurante com capacidade de servir entre 300-400 refeições por dia, uma estação de correios e uma estação de abastecimento de combustível, uma clínica para urgências, e uma loja para vender objectos artísticos locais. 

 

As receitas das licenças de caça e as taxas de caça em qualquer parte de Moçambique contribuíram para este progresso do Parque. No mesmo período, a pavimentação da estrada Beira-Rodésia, a construção da ponte sobre o rio Punguè, e em Bué Maria, ajudou a duplicar o número de visitantes.

 

Igualmente nos finais dos anos 60, realizaram-se os primeiros estudos científicos básicos do Parque, conduzidos por Kenneth Tinley, um ecologista sul-africano. Na primeira investigação trazida a antena, Tinley e sua equipe registaram cerca de 200 leões, 2.200 elefantes, 14.000 búfalos, 5.500 bois-cavalos, 3000 zebras, 3.500 pivas, 2.000 impalas, 3.500 hipopótamos e manadas de centenas de elandes, pala-palas e gondongas.

 

Tinley também descobriu que muitas pessoas e muita vida selvagem residente dentro e nos arredores do Parque Nacional, depende de um rio, o Vunduzi, que nasce nas vertentes da montanha de Gorongosa. Porque a montanha estava fora das linhas fronteiriças do Parque, Tinley propós a expansão das fronteiras, de maneira a incluir a montanha por ser o elemento chave do Grande Ecossistema da Gorongosa, com cerca de 8.200 quilómetros quadrados. Ele e outros cientistas e conservacionistas ficaram desapontados em 1966 quando o governo reduziu a área do Parque para 3.770 quilómetros quadrados. A razão oficial para a redução era porque os camponeses locais precisavam de mais terras para suas práticas agrícolas. Tinley viu a situação de outra maneira. Ao apontar para o desaparecimento de muita vida selvagem em várias zonas circunvizinhas, ele acreditou que a razão verdadeira da redução da área do Parque era para facilitar o trabalho dos caçadores locais. “A fome deles era de proteínas , e não de terras,” disse Tinley.

 

Simultaneamente, Moçambique estava no meio da guerra de libertação iniciada em 1964 pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo). Felizmente a guerra teve pouco impacto no Parque Nacional da Gorongosa até 1972, quando uma Companhia Portuguesa e membros da Organização Provincial de Voluntários se instalou no Parque para protegê-lo. Nessa altura não foram causados muitos danos, embora alguns soldados caçassem ilegalmente. Em 1972, enquanto a guerra estava ainda em curso, o Parque tinha cerca de 200 leões, 14.000 búfalos, 5.500 bois-cavalos, 3.500 hipopótamos, e mais de 2.000 elefantes. Em 1976, um ano depois de Moçambique estar independente de Portugal, uma visão do Parque e os adjacentes do delta do rio Zambeze contava com aproximadamente 6.000 elefantes e cerca de 500 leões, provavelmente a maior concentração de leões em toda África.

 

Em justo reconhecimento do progressivo desenvolvimento e reputação da fauna do Parque e da importância de conservar este bem em Moçambique, em 1981, o governo da Frelimo escolheu o Parque para acolher a Primeira Conferência Nacional sobre a Fauna Bravia.

A Guerra Civil e a Recuperação

Parque Nacional da Gorongosa 8 Fev 09

1981-1994

 

A paz em Moçambique não foi duradoira. Ameaçada pelo novo governo populista e Marxista do país vizinho, a África do Sul começou a financiar e armar uma tropa de rebeldes para desestabilizar Moçambique. Em Dezembro de 1981, pela primeira vez, o Parque Nacional da Gorongosa sentiu a pesada fúria da guerra, quando os soldados da Resistência Nacional de Moçambique (RENAMO) atacaram o acampamento de Chitengo e raptaram muitos dos seus trabalhadores, incluindo dois cientistas estrangeiros.

 

A partir daquela data, a violência dentro e nos arredores do Parque aumentou. Em 1983, o Parque foi encerrado e abandonado. Durante nove anos, o Parque Nacional foi palco de frequentes batalhas entre as forças opostas. A violenta batalha terrestre, e os bombardeamentos aéreos destruíram todas as construções. Os grandes mamíferos do Parque sofreram terrível destruição. Os dois beligerantes dizimaram centenas de elefantes para retirar o marfim, que vendiam para obtenção de mais armas e outros equipamentos bélicos. Soldados famintos mataram muitos milhares de zebras, bois-cavalo, búfalos e outros animais ungulados. Os leões e outros grandes predadores foram mortos em caçadas desportivas ou morreram por fome por causa do desaparecimento das suas presas.

 

Ao mesmo tempo, muitas pessoas residentes dentro e nos arredores do Parque foram mortas ou espancadas, especialmente pela RENAMO, já nos últimos anos da guerra, quando grande parte do distrito de Gorongosa estava sob controlo dos rebeldes. Muitos refugiaram-se dentro do Parque. Famintos de carne, caçavam a seu belo prazer, contribuindo assim para aniquilamento da fauna bravia.

 

A guerra civil terminou em 1992, mas a caça furtiva no Parque, principalmente por caçadores vindos da Beira, continuou por mais dois anos. Por essa artura, as enormes populações de mamíferos de grande porte, incluindo elefantes, hipopótamos, búfalos, zebras e leões, já tinham sido reduzidos em 90% ou mais. Felizmente, os espectaculares pássaros do Parque saíram relativamente ilesos.

 

 

1995-2003

 

O esforço preliminar para reconstruir a infraestrutura do Parque Nacional da Gorongosa e restaurar a sua vida selvagem começou em 1994, quando o Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) iniciou um plano de reabilitação - com a assistência da União Europeia e da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). Foram contratados 50 funcionários novos, a maior parte deles, ex-combatentes. Baldeu Chande e Roberto Zolho, ambos empregados do Parque antes da guerra, voltaram para assumir cargos de liderança. Chande era director do programa de emergência e Zolho era coordenador da fauna e flora bravias, assim como guarda. "Concluimos que todas as espécies que havia no Parque antes da guerra ainda existem", afirmou Chande a um repórter em 1996. "Nenhuma se encontra extinta mas muitas estão representadas em muito menor número do que antes." Num período de cinco anos, esta iniciativa do BAD reabriu cerca de 100 km de estradas e caminhos e formou guardas na luta contra a caça ilegal.

Começar de Novo

Parque Nacional da Gorongosa 7 Fev 09

De 2004 ao Presente

 

Em 2004, o Governo de Moçambique e a Carr Foundation, com sede nos EUA, acordaram unir esforços no sentido de reconstruir a infraestrutura do Parque, restaurar a sua fauna e flora bravias e estimular o desenvolvimento económico, dando assim início a um novo e importante capítulo da história do Parque.

 

Entre 2004 e 2007, a Carr Foundation investiu mais de dez milhões de dólares neste esforço. Durante este período, a equipa do projecto de restauro do Parque criou um Santuário de Fauna Bravia de 6.000 hectares e reintroduziu búfalos e bois-cavalos no ecossistema. Também foi nesta altura que se começou o restauro do Campo de Chitengo.

Dado o sucesso deste projecto inicial de três anos, o Governo de Moçambique e a Carr Foundation anunciaram em 2008 a assinatura de um acordo para restaurar e co-gerir o Parque nos próximos 20 anos.

 

A equipa dedicada de cientistas, engenheiros, gestores de negócio, peritos em economia e programadores de turismo que agora trabalha no restauro do Parque Nacional da Gorongosa está confiante de que com trabalho árduo, com o denvolvimento da população local e com o rendimento do ecoturismo, esta zona espectacular irá reencontrar a glória que teve em tempos.

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