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Parque Nacional da Gorongosa 13 Fev 09
Feita a transferência de seis elefantes macho adultos do Kruger Parque para o Parque Nacional da Gorongosa em Setembro de 2008, o Parque Nacional da Gorongosa introduziu cinco hipopótamos oriundos do Isimangaliso Wetland Park, na província de KwaZulu-Natal, na África do Sul, no dia 7 de Outubro de 2008.
A transferência dos cinco hipopótamos – um macho adulto, duas fêmeas adultas, um hipopótamo adolescente e um hipopótamo pequeno do sexo masculino – representa a primeira leva de um grupo de 30 hipopótamos oferecidos ao PNG pelo Isimangaliso, situado na costa este da África do Sul.
O Director do Departamento de Conservação do PNG, Dr. Carlos Lopes Pereira, informou que os restantes hipopótamos só serão introduzidos depois de um estudo demonstrar que estes primeiros cinco hipopótamos conseguem coabitar em paz com a população nativa de hipopótamos do Parque. Este período de espera é necessário para assegurar que os novos hipopótamos não choquem com a população nativa, uma vez que a ocorrência de problemas entre os animais pode dar azo a fatalidades.
Os hipopótamos desempenham um papel muito importante na reabilitação e restauro de todo o ecossistema da Gorongosa. Em 1972, foram registados mais de 3.000 hipopótamos no Parque e em 2007 encontraram-se apenas 160. O seu número reduzido está a afectar o ecossistema porque são eles que mantêm as ervas rasas e comestíveis para outros herbívoros que não podem ou simplesmente não se alimentam de ervas altas.
A história mostra que a população de hipopótamos se alimenta das ervas da planície alagada do Urema. Tal ajuda a expandir a área que fica alagada durante a época das chuvas, promove a retenção de terras de pasto e defende de florestas invasoras. Apesar de passarem muito tempo na água, os hipopótamos alimentam-se na terra. Possuem lábios musculares que chegam a medir meio metro, o que lhes permite ceifar e colher grandes quantidades de ervas baixas. Um hipopótamo pode rapidamente consumir, durante a noite e discretamente, 40 quilos de erva. Esta espécie desempenha um papel importante no ecossistema, na medida em que cria trilhos até às fontes de água, importantes para outros animais mais pequenos.
Transferir animais selvagens, especialmente hipopótamos, é uma operação delicada e um verdadeiro desafio em termos de logística. Por esta razão, usou-se de todo o cuidado para assegurar a sobrevivência dos animais no seu novo habitat.
O processo de captura, transporte e descarregamento dos animais correu, no geral, de forma calma. No entanto, um dos animais adultos chegou ao Parque da Gorongosa ligeiramente ferido. “Quando deixamos os animais deambularem junto ao Rio Sungué, no coração do Parque, confirmamos que um dos hipopótamos tinha um inchaço na pata traseira. Saiu do camião a coxear e foi submergir-se na água, mas é uma ferida menor. Na realidade, dois dias depois de descarregarmos, o animal ferido permanecia perto do local do descarregamento, verificando-se melhorias na pata inchada”, afirmou o Dr. Carlos Lopes Pereira, dos Serviços de Conservação.
Quanto aos restantes quatro hipopótamos, estavam todos saudáveis quando descarregados e logo depois de saírem do camião, começaram a dirigir-se para o seu habitat preferido. Beberam água e submergiram-se nela por alguns minutos, até partirem para se alimentarem de vegetação que cresce na outra margem do rio. Dois dias depois, a equipa de transferência voltou, de helicóptero, à área de libertação para confirmar que os novos hipopótamos seguiram o leito do rio Sungué até chegarem a águas mais profundas. Presumivelmente, a esta hora já se terão juntado ao vasto grupo de hipopótamos estabelecido no Lago Urema.
A transferência de hipopótamos faz parte do objectivo do Projecto do Parque Nacional da Gorongosa de restaurar o ecossistema da Gorongosa. Os hipopótamos, assim como outras espécies importantes, foram seriamente devastados pela guerra civil e, nos anos que se seguiram ao acordo de paz, pela caça furtiva. Assim sendo, a introdução de hipopótamos com características diferentes irá apurar geneticamente as gerações futuras, em virtude de misturas genéticas que irão acontecer entre animais relocalizados e espécies nativas.
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