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Parque Nacional da Gorongosa 10 Fev 09
1920-1940
Desde muito cedo a paisagem dramática e a rica fauna bravia da região da Gorongosa atraíram caçadores, exploradores e naturalistas. O acto oficial com vista a proteger este esplendor apareceu pela primeira vez em 1920, quando a Companhia de Moçambique ordenou que 1.000 quilómetros quadrados fossem conservados como uma reserva de caça para os administradores da companhia e seus visitantes. A Companhia controlava toda a região central de Moçambique entre 1891 e 1940, tendo sido esta área concedida pelo Governo de Portugal.
Pouco se conhece sobre os primeiros anos da Reserva, com excepção de que a partir de uma dada altura, um certo homem de nome José Ferreira começou a residir numa casa coberta de colmo no Chitengo incumbido de proteger a fauna bravia. Em 1935, o Sr. José Henriques Coimbra foi designado administrador e o senhor Ferreira tornou-se no primeiro guia turístico. Naquele mesmo ano, a Companhia de Moçambique alargou o espaço da Reserva para uma área de 3.200 quilómetros quadrados para proteger o habitat de Inhalas (uma espécie de antílopes) e Rinocerontes pretos, ambos troféus de caça muito apreciados.
Uma carta escrita por um oficial da Companhia de Moçambique em 1935 mostra claramente que nos primeiros anos, a Reserva era para um pequeno grupo de caçadores, e não propriamente um santuário de vida selvagem. “Uma visita à Beira será em breve feita pelo Cruzador Britânico CARLISLE, que consistirá numa jornada de caça para os respectivos oficiais nas planícies abertas de Gorongosa,” assim escreveu o oficial para o administrador local.
Recomenda-se que o Administrador tome as medidas necessárias de modo a garantir que os ilustres visitantes não encontrem os animais muito excitados ou dispersos, o que tornaria difícil o êxito da caçada.
Em 1940, a Reserva já se tornara bastante famosa, uma nova administração e um campo turístico foram construídos nas planícies perto do Rio Mussicadzi. Infelizmente este sítio teve que ser abandonado dois anos mais tarde, devido a grandes cheias na época das chuvas. Os leões tomaram conta das construções abandonadas e o lugar tornou-se num grande atractivo turístico por muitos anos, conhecido com o nome de Casa de Leões.
1941-1959
Depois do término do contrato da Companhia de Moçambique, a gestão da Reserva passou para as mãos do governo colonial. Sr. Alfredo Rodrigues tomou os primeiros passos oficiais com o objectivo de banir as caçadas e de estabelecer um negócio turístico viável.
Em 1951 começaram outras construções de uma nova administração e acomodações no Chitengo, incluindo um restaurante e um bar. No mesmo ano, o governo aumentou mais 12.000 quilómetros quadrados da zona de protecção à volta da Reserva para mitigar os impactos da estrada da Beira para Rodésia, que passava por Chitengo. Até aos finais de 1950 mais de 6.000 turistas visitavam anualmente a Reserva e o governo colonial tinha atribuído a primeira concessão de turismo no Parque.
Em 1955, a Divisão dos Serviços de Veterinária e Indústria Animal do governo colonial assumiu o controlo sobre a gestão de toda a fauna e flora bravia em Moçambique, incluindo a Gorongosa. A Gorongosa foi nomeada Parque Nacional pelo governo português, em 1960.
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